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Descrição

"How would the painter or poet express anything other than his encounter with the world“  - Maurice Merleau Ponty

 

“Grande parte do movimento moderno desenhou o intelecto e o olhar, mas deixou de parte o corpo humano e as suas sensações – (...)- como também deixou as memórias e os sonhos desalojados.” - Juhani Pallasmaa

 

O trabalho baseia-se no encontro do Homem consigo próprio e fá-lo através dos sentidos.

A arquitectura actual possui a facilidade dos avanços tecnológicos que todos os dias inundam os gabinetes com novos materiais. Contudo essas facilidades fizeram com que a maioria das construções sejam desprovidas de presença, são fruto do consumo desenfreado, da ostentação e muitas das vezes do Ego do seu criador. Hoje a arquitectura é dotada de um star sistem que dita as tendências e o mundo vê-se a braços com políticas de crise e austeridade. Todas estas componentes fizeram um cocktail explosivo e quando olhamos para o landscape das cidades percebemos que o conceito de habitar está degradado.

            Com este trabalho pretendemos devolver ao Homem, em qualquer lugar do mundo, praça, jardim, descampado, parque de estacionamentos de grandes centros comerciais, etc. o direito de habitar o planeta sem estratificações de qualquer tipo.

            Fizemo-lo voltando ao imaginário das crianças, ao tempo dos sonhos e da curiosidade e de uma forma simples e pura criamos uma multiplicidade de espaços que permitem a cada um, de forma singular; Ser e pensar.

À imagem da casa comum, subtraímos-lhe a massa, como alegoria ao presente e a realidade na qual vivemos; pois ambos dependem de como olhamos e sentimos. É também um símbolo da mudança, pois a ausência de massa deu um carácter de estaleiro aos alçados, mas também de leveza que se veio contrapor à imagem das caixas de betão.

            Dentro do espaço da casa colocamos 5 caixas em betão branco no exterior e preto no interior, para manter o jogo de oposições.

            Trilhamos um percurso cenestésico que começa a Norte e acaba a Nascente, nele encontramos primeiramente o volume da purificação que pretende apurar os sentidos da visão e da audição.

            Na caixa seguinte encontramos as sombras, que simbolizam o ar, pretende-se que o indivíduo se questione sobre a veracidade do que vê e também que essa experiência visual assuma características tácteis, de sentir com a mão a forma que observa.

            Nos percursos entre as caixas estamos em constante presença da terra, da natureza, do uso olfacto que remete para as memórias e a busca do Homem, através das clareiras que foram criadas com a subtracção do volume total.

            Num terceiro momento, o visitante é confrontado com a luz, que simboliza o fogo e do sentir através da pele.

            Nos dois últimos espaços após restabelecido o equilíbrio dos sentidos e aberta a alma e a mente encontramos um espaço com livros e um outro de diálogo, de música, de troca pois a casa dos Pink Floyd é o que cada um quiser fazer dela.

Quisemos com este projecto devolver ao Homem um lugar onde pulsar com o mundo, um espaço que apelasse à solidariedade e à força do uso da palavra.

Portraits

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